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Home office veio pra ficar: vantagens e desvantagens de se trabalhar em casa

“Será possível ficar em casa e trabalhar, apenas realizando uma videoconferência com seus colegas de trabalho”, profetizou Bill Gates no início da década de 90. E agora, 30 anos mais tarde, diante de uma pandemia, a forma de trabalho imaginada pelo fundador da Microsoft é a principal tendência do mercado. “Depois que tudo se normalizar, a tendência é que 30% das empresas adotem o sistema home office”, revela Elaine Pacheco, coordenadora do Núcleo de Empregabilidade da FAE Centro Universitário.

Segundo a coordenadora, trabalhar de casa já era uma tendência que vinha ganhando força pouco a pouco com a evolução tecnológica. “Com a chegada da pandemia por coronavírus, o processo acelerou. As empresas estavam se preparando, mas tiveram agora que adotar de forma muito rápida”, explica Elaine.

Recemente, o Twitter permitiu home office permanente a seus funcionários, mesmo depois que a pandemia acabe. A startup de cartão de crédito brasileira Nubank também tomou a mesma medida.

Apesar de parecer relativamente muito simples para empresas que já trabalham com tecnologia, adotar um sistema home office para a grande maioria dos funcionários de uma empresa não é tarefa fácil. Para a coordenadora de empregabilidade, é preciso que os colaboradores tenham estrutura em casa, e que também os líderes consigam coordenar suas equipes remotamente. “Muitos não têm estrutura suficiente em casa, como um escritório, o que anda causando ansiedade em muita gente”, comenta.

Com o trabalho em casa, muitos setores estão aprendendo como lidar com a nova situação “na marra”. “A gente está vivendo uma situação atípica. As empresas não se prepararam para segurança de dados, possíveis ataques cibernéticos. Mas tudo bem, aos poucos as empresas vão se adaptando”, revela a coordenadora.

Do limão à limonada

Com cerca de 90% dos funcionários em home office atualmente, Sylvio Calixto, diretor-geral da Pumatronix – empresa de soluções em monitoramento de tráfego, percebeu que a atual situação fez aumentar a confiança entre os colaboradores. “Temos que ficar de olho para que ninguém trabalhe além do necessário, para que também tenham horários de lazer, relaxem em casa”, comenta Calixto.

O empresário conta que a Pumatronix já tinha política de trabalho em casa antes da pandemia, que chegou a ser adotado pontualmente para alguns funcionários. Mesmo assim, com a grande maioria dos colaboradores atualmente em casa, a situação se torna bem diferente.

“Como somos uma empresa de tecnologia, muitos funcionários perdem tempo no deslocamento. Estando em casa, podendo aproveitar para almoçar com a família, são pontos positivos. Agora, na atividade comercial, é importante ter o contato físico para debater um assunto. Isso nada substitui”, afirma.

Mesmo com a maioria dos funcionários em casa, a empresa não percebeu reduções significativas com os custos de seu espaço físico. “A empresa continua aberta, estamos gastando mais com internet, mas houve redução de consumo de água, energia. Mesmo assim,  não posso fechar a empresa”, comenta Calixto. Despesas com viagens também foram reduzidas, mas essa foi uma economia que a empresa não gostaria de ter feito. Afinal, viagens representam novos negócios.

Futuramente, a aposta do diretor-geral da empresa é de um trabalho balanceado -entre momentos home office e reuniões presenciais na empresa. “O futuro traz grandes aprendizados, que vão mudar nosso modo de viver. E acredito que uma boa sugestão são os home office parciais, num equilíbrio”, salienta.

Consequências do home office

Para a consultora de negócios do Sebrae-PR, Marcia Giubertoni, trabalhar remotamente funciona para cargos e empresas da área intelectual, quando não há necessidade de estar com uma máquina produzindo. Grande parte dos funcionários da indústria, por exemplo, vão continuar trabalhando nas fábricas. 

Com a mudança para home office de grande parte das pessoas que trabalha na área intelectual, muitos serviços vão precisar ser revistos. “Antes havia o problema no deslocamento, agora essa pessoa não se desloca mais. Com o tempo, elas vão perceber que ganharam esse tempo que ficavam no trânsito”, lembra Marcia.

Essa nova lógica, segundo ela, pode impactar serviços de estacionamento, seguro de carro, postos de combustível e, com o tempo, a venda de carro. E a chegada da pandemia também trouxe outras mudanças na vida das empresas, que se quiserem se manter, vão precisar apostar em tecnologia e comunicação. “Muita coisa vem sendo antecipado. Empresas sem propósito claro tem risco de ficar fora do mercado. Quem não está se digitalizando, também. A pandemia só veio mostrar que se você não lida com a tecnologia, está fora do jogo.Quem não conhece o cliente, não se relaciona, está fora do jogo”, alerta a consultora.
 

Fonte: Tribuna do Paraná

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