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O arsenal para o idoso viver em casa com independência

Especialistas alertam para a importância de a vizinhança dispor de áreas de conexão social, mas a primeira providência é reformar a cozinha!

“The Longevity Week”, realizada de 9 a 13, foi um evento on-line cujo objetivo era abordar um amplo leque de assuntos, amarrados com a proposta de construir “A era da resiliência”. Para enfrentar e superar as dificuldades relacionadas ao envelhecimento, realmente temos que dispor de todo o arsenal disponível. O painel sobre o ageing in place, expressão que significa ter meios de viver em sua própria casa até o fim, ampliou esse conceito. Para a mediadora, Judith Phillips, diretora de pesquisa da entidade britânica Healthy Ageing Challenge, é preciso expandir a experiência para todos os ambientes, porque longevidade não se resume à casa: “temos que repensar o local de trabalho, porque muitos idosos estão na ativa; o entorno da habitação, com muito verde e espaço para caminhadas; e as áreas de conexão social, como shoppings e centros de cultura e lazer, todos dotados dos equipamentos de acessibilidade”.

No entanto, para Sheila Peace, professora de gerontologia social na Open University, o primeiro passo tem que ser dado na cozinha, cômodo quase sempre muito aquém das necessidades dos moradores. “Acima dos 65 anos, 90% dos idosos vivem sós ou com seus cônjuges. Dois terços das pessoas acima de 85 são mulheres que moram sozinhas, e grande parte dos mais velhos ocupa habitações sem manutenção adequada”, afirmou. Na sua opinião, a cozinha é um ambiente fundamental para o envelhecimento ativo, mas na maioria dos casos não atende aos requisitos mínimos: “são janelas ou basculantes que não abrem apropriadamente, prateleiras que não se consegue alcançar, nível de iluminação inadequado, aparelhos domésticos sem um design ergonômico. Falta conhecimento sobre o tamanho desse mercado”, completou.

Chris Phillipson, da Universidade de Manchester, enfatizou que 80% dos indivíduos acima de 70 anos ficam em casa ou nas imediações: “a vizinhança degradada reforça a desigualdade, porque vai impactar os idosos de forma diferente, de acordo com sua renda. O envelhecimento saudável depende de rede de saúde pública próxima, recuperação urbanística e infraestrutura social, como lugares de convivência e centros culturais”. Manchester é uma cidade amiga do idoso e Phillipson integra um projeto que propõe criar núcleos nos bairros que garantam a qualidade de vida dos moradores. Trata-se de incentivar o village model, reproduzindo uma cidadezinha na qual haja um forte senso de comunidade. Mediante o pagamento de uma espécie de taxa anual, as pessoas dispõem de serviços como consertos, assistência técnica e transporte social (para emergências, por exemplo). Há participação de voluntários e dos próprios idosos. Soa como utopia para nós, que temos políticas públicas tímidas para esse público, mas eu gostaria muito de ver pelo menos um projeto piloto com esse perfil.

Fonte: G1

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