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Pandemia afastou ainda mais os homens do médico

Ninguém nega que a pandemia de Covid-19 provocou uma enorme transformação em nossas vidas. Apesar dos avanços nas tecnologias – como a que permitiu o sequenciamento genético do novo coronavírus em poucas semanas –, sofremos com a falta de conhecimento diante de uma situação inédita.

Como essa doença poderia evoluir, de que forma tratar os pacientes infectados, o que agravava a condição, como diminuir a velocidade de disseminação do vírus até termos vacinas seguras e eficazes? A possibilidade do colapso dos sistemas de saúde com o aumento da demanda era uma realidade. Quarentenas tiveram de ser impostas e o medo se abateu sobre todos nós. Paralisamos nossas vidas em várias aspectos e, infelizmente, os cuidados necessários para diagnosticar e tratar outras doenças ficaram em segundo plano.

Hoje, com a imunização, o maior controle sobre a Covid-19 e a expectativa pelo fim da pandemia, podemos olhar para trás, sem se descuidar, e fazer um levantamento dos estragos desse período, que vão além das vidas perdidas para a infecção. Quanto deixamos de caminhar no diagnóstico precoce e no tratamento adequado de tantas outras doenças devido ao receio de ir ao médico e pelas restrições no sistema de saúde?

O câncer de próstata gera uma preocupação especial. É o tumor mais frequente no homem (excetuando o câncer de pele não melanoma) e, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), são esperados 65 840 novos casos para 2021. Muitos, porém, nem sequer foram diagnosticados, porque as consultas com o urologista diminuíram consideravelmente após a pandemia.

Segundo dados do Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS (SIA/SUS), do Ministério da Saúde, em 2019 foram realizadas 4 232 393 consultas urológicas. Em 2020, esse número caiu para 2 816 326 e, até julho deste ano, somente 1 812 982 consultas foram realizadas. Ou seja, a diminuição de consultas urológicas na rede pública entre 2019 e 2020 foi de 33,5%. Tem mais: o número de cirurgias de retirada da próstata devido ao câncer caiu 21,5%.

Chegamos ao Novembro Azul e a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) vem alertar para a conscientização sobre o câncer de próstata e a importância de retomar os cuidados com a saúde e ir ao médico através de uma campanha que tem como slogan “Saúde também é papo de homem”.

O diagnóstico precoce do câncer de próstata é fundamental para se ter uma maior chance de cura e reduzirmos a mortalidade pela doença. Segundo dados do Ministério da Saúde, as mortes por esse tipo de tumor aumentaram cerca de 10% em cinco anos, subindo de 14 542 (2015) para 16 033 (2019).

O que fazer, então? Homens a partir de 50 anos devem procurar um profissional especializado para uma avaliação individualizada, tendo como objetivo a detecção precoce do câncer de próstata. Caso tenha algum parente de primeiro grau com a doença ou seja da raça negra, essa investigação deve acontecer a partir dos 45 anos.

A avaliação é feita levando-se em consideração o histórico do paciente, a coleta do PSA no sangue e o exame de toque retal. Caso seja identificado algo suspeito, é indicada uma biópsia.

Se o câncer for considerado indolente, é possível seguir com o tratamento conservador, sem cirurgia, a chamada vigilância ativa – a doença é acompanhada sem intervenções, que entram em cena caso se perceba uma evolução. Em tumores mais agressivos, podemos lançar mão de cirurgia ou radioterapia, e, nos casos mais avançados, hoje contamos com medicamentos que atuam no controle e melhoram a qualidade de vida.

Lembre-se: outras doenças não deixaram de existir com a Covid-19. Que o Novembro Azul sirva de inspiração para a retomada dos cuidados com a saúde e a prevenção do câncer de próstata.

Fonte: Veja Saúde

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