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Quer envelhecer bem? Abra um livro

Está provado que a leitura melhora a capacidade cognitiva, estimula a memória, ajuda a tomar decisões, diminui o estresse e a ansiedade. Em outras palavras: na próxima vez que for ligar a TV, considere abrir um livro

Já escrevi nesta coluna sobre minha péssima memória. É bem comum eu perguntar ao meu marido se “já assistimos” a um determinado filme, ou para minhas irmãs sobre episódios da nossa infância. Sem a memória deles, meu passado seria um imenso buraco vazio, quase sem recordações. É exagero, claro, lembro de muita coisa, mas não enxergo uma lógica para que determinadas lembranças tenham sido armazenadas - como o chefe no corredor corrigindo um texto em que escrevi o pronome oblíquo “te”, que ele detestava - e outras simplesmente terem sumido - como reportagens de capa que me consumiram dias e noites de trabalho e que preciso ser lembrada que escrevi, às vezes por um leitor e noutras pelo Google. De uma coisa, no entanto, tenho certeza: minha memória seria muito pior se eu não tivesse o hábito da leitura.

As pesquisas têm mostrado que a leitura melhora nossa capacidade cognitiva, que é a função usada pelo cérebro para pensar, ler, aprender, lembrar, raciocinar e prestar atenção. No artigo científico “Reading Habits Among Older Adults in Relation to Level and 15-Year Changes in Verbal Fluency and Episodic Recall”, os pesquisadores escreveram que “a leitura frequente de livros, mas não de revistas, foi associada a níveis mais altos de fluência verbal e recordação (...)”.  Outro estudo diz que a leitura exercita a memória, o que é fundamental para a lembrança de curto prazo dos eventos cotidianos. Muitas pesquisas ainda precisam ser feitas para verificar a extensão desse bônus trazido pelos livros, mas o que temos até agora me basta para ficar feliz em dedicar algum tempo diário ao “Livro do Boni”, a autobiografia do José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, minha companhia atual.

A importância da leitura para a longevidade saudável foi o tema do painel “Investir na leitura é preparar-se para uma vida mais feliz”, de que participei na segunda Jornada da Leitura 6.0, organizada pelo Observatório do Livro, uma organização do terceiro setor que realiza projetos, estudos, pesquisas e atividades de formação na área do livro, leitura, literatura e bibliotecas. Eu estava em excelente companhia: as escritoras Ana Luiza Novis e Januária Cristina Alves, além da jornalista Paula Aguirrezábal na mediação. “Ler aciona a criatividade”, disse Ana Luiza, que também é psicóloga clínica e terapeuta de família. Ela disse que costuma usar até mesmo a literatura infantil (expressão que ela não gosta, prefere apenas literatura) com seus clientes. E faz um alerta: “Precisamos valorizar as boas histórias e a importância de uma boa conversa com quem tem experiência”.

A prática de Ana Luiza no consultório confirma o que as pesquisas mostram: melhoria na memória é apenas um dos benefícios da leitura. Outro é a habilidade de tomar decisões. Um estudo entre americanos de 25 a 74 anos descobriu que, independentemente da idade, as pessoas que declararam ler com frequência se saíram melhor em testes de inteligência fluida (tida como a capacidade de resolver problemas de forma imediata) do que seus colegas. Para finalizar, mais um motivo para investir num livro: a leitura reduz o estresse e a ansiedade, o que leva a uma melhor qualidade de vida. O Mindlab International da Universidade de Sussex, na Inglaterra, descobriu que os participantes de uma pesquisa precisaram de apenas seis minutos de leitura para diminuir a frequência cardíaca e reduzir a tensão muscular.  Em outras palavras: em vez de ligar a TV, considere abrir um livro.

*Maria Tereza Gomes é jornalista, mestre em administração de empresas pela FEA-USP, CEO da Jabuticaba Conteúdo e mediadora do podcast “Mulheres de 50”

Fonte: Época Negócios

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